Arquivo para jose serra

Suíça aponta depósitos numerosos em contas de Paulo Preto na gestão José Serra (PSDB-SP), o total passa de 120 milhões.

Posted in Sem categoria with tags , , , , on maio 29, 2018 by gusbrunson
Suposto operador do PSDB abriu 4 contas no país pouco depois de ter sido nomeado pelo ex-governador como diretor de empresa de obras
Mario Cesar Carvalho
SÃO PAULO

Quarenta e três dias depois de ter sido nomeado diretor de engenharia da Dersa (empresa responsável por obras rodoviárias de São Paulo), em 24 de maio de 2007, o engenheiro Paulo Vieira de Souza fez uma mudança e tanto nos negócios que mantinha na Suíça: abriu quatro contas no banco Bordier & Cie, em Genebra, segundo documento sigiloso que as autoridades suíças enviaram ao Brasil.

Polícia Federal prende ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, suspeito de desvio de dinheiro em SP durante governo do PSDB – Reprodução/TV Globo

Foi entre 2007 e 2009 —durante o governo de José Serra (PSDB-SP)— que essas contas receberam “numerosas entradas de fundos”, ainda de acordo com o comunicado do Ministério Público da Confederação Suíça.

Fontes ligadas ao órgão afirmam que está nesse período a maior parte dos depósitos de Souza naquele país.

As quatro contas tinham um saldo de US$ 34,4 milhões quando Souza, conhecido como Paulo Preto, decidiu transferir os recursos da Suíça para as Bahamas, no começo de 2017. O valor equivale a R$ 121 milhões, quando corrigido pela cotação da última sexta (4).

Na Suíça, o ex-diretor da Dersa já estava sob investigação das autoridades que cuidam do combate à lavagem de dinheiro e corria o risco de ter os R$ 121 milhões sequestrados pelas autoridades.

Souza foi preso em 6 de abril pela Operação Lava Jato em São Paulo, sob acusação de ter desviado R$ 7,7 milhões na obra do Rodoanel Sul, o que seus advogados negam.

A Folha revelou na última quarta (2) que a propina supostamente entregue a Paulo Preto em seis obras da prefeitura e do governo paulista, segundo o relato de delatores, pode chegar a R$ 173 milhões.

As quatro contas de julho de 2007 não foram as primeiras abertas por Paulo Preto na Suíça, ainda segundo o comunicado. Em 1993, ele e sua mulher à época começaram a operar com o banco Bordier & Cie, cada um com uma conta. Os procuradores suíços não detalham no documento o saldo dessas contas.

A Receita Federal nunca foi informada por Paulo Preto das cinco contas que ele manteve na Suíça.
Em 1993, o engenheiro era diretor de assuntos especiais do Metrô, no governo de Luiz Antônio Fleury Filho. Ele ocupou a posição entre abril de 1991 e janeiro de 1995. Foi nessa época que diz ter começado a se relacionar com o tucano que é considerado seu padrinho político: Aloysio Nunes. Naquele período, Aloysio era vice-governador e ocupava a Secretaria de Transportes Metropolitano.

O engenheiro chegou à diretoria de engenharia, que tocava grandes obras, orçadas em R$ 4 bilhões, no governo de Serra, em 2007. Segundo tucanos ouvidos pela Folha sob condição de anonimato, Paulo Preto foi indicado por Aloysio, então chefe da Casa Civil e atual ministro das Relações Exteriores do presidente Michel Temer (MDB).

Não era a primeira vez que Paulo Preto ocupava um cargo de direção na Dersa. Em 2005, no governo de Geraldo Alckmin (PSDB), ele foi designado para uma diretoria inexpressiva, a de relações institucionais, encarregada de manter contatos com prefeituras e investidores.

O ex-diretor de engenharia da Dersa, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto – 31.out.2010/Mateus Bruxel/Folhapress

A existência de contas de Paulo Preto na Suíça foi revelada pela Folha em janeiro deste ano. Foi a defesa do engenheiro que incluiu a documentação suíça num pedido feito ao ministro Gilmar Mendes para que as apurações que estavam sendo feitas em São Paulo pela força-tarefa da Lava Jato fossem transferidas para o Supremo Tribunal Federal.

A defesa de Paulo Preto diz que o primeiro documento foi enviado de maneira ilegal pela Suíça ao Brasil e pede a anulação da cooperação. Vários investigados da Lava Jato ingressaram com o mesmo tipo de recurso, mas nenhum teve sucesso.

O ministro ainda não decidiu se o caso ficará com o Supremo ou com a Justiça federal em São Paulo.
O novo documento suíço enviado às autoridades brasileiras traz detalhes sobre as contas. Elas foram abertas em nome de uma empresa criada no Panamá, chamada Groupe Nantes Ltd., e tinha três pessoas autorizadas a movimentá-las: os canadenses Norman Albert Barr e Janet Lynne Empey e o próprio Paulo Preto.

Foi Barr quem pediu em 2017 que os fundos fossem transferidos para as Bahamas. Barr é um profissional que empresta o nome para empresas offshores, muitas das quais são usadas para lavagem de dinheiro.

Curiosamente, ele também é procurador de uma empresa que aparece na delação da Odebrecht: a Vivosant Corp S/A, pertencente ao advogado Rodrigo Tacla Duran.

Acusado pela Lava Jato de ser operador de pagamentos ilícitos da Odebrecht, Tacla Duran diz que atuava como advogado e afirma que a empresa manipulou dados em sua delação. Ele está foragido na Espanha porque tem dupla nacionalidade: brasileira e espanhola.

FONTE: FOLHA DE SAO PAULO https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/05/suica-aponta-depositos-numerosos-em-contas-de-paulo-preto-na-gestao-serra.shtml

Impunidade: Relembre 15 escândalos envolvendo o PSDB que não deram em nada

Posted in Lista de escandalos with tags , , , , , on abril 13, 2018 by gusbrunson

A diferença entre políticos do PSDB e de outros partidos não é a quantidade de escândalos em estão envolvidos, mas a quantidade de vezes que a justiça ou o MP garantiram que filiados à legenda tivessem seus casos prescritos ou suas investigações retardadas. Ou seja, o que difere os tucanos dos outros é exatamente aquilo que procuradores e juízes dizem querer acabar no Brasil, a impunidade.

Furnas Centrais Elétricas, Caso Sivam, Caso da Pasta Rosa, Cartel dos metrôs e trens de São Paulo e Distrito Federal, Mensalão tucano, Máfia do Carlinhos Cachoeira, Aeroporto de Cláudio, JBS e muitos outros.

Em todos estes casos, há, ao menos, um figurão do PSDB envolvido: Aécio Neves, Geraldo Alckmin, José Serra, Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Azeredo, Beto Richa, Marconi Perillo e Aloysio Nunes entre outros. Se ações e processos contra o PT e partidos aliados evoluem em ritmo supersônico, em contrapartida, quando os protagonistas são tucanos os inquéritos paralisam, juízes arquivam denúncias inexplicavelmente e penas prescrevem sem justificativa.

A Fórum relembra 15 desses casos. Veja a seguir:

1) Alckmin e a Odebrecht – O ex-governador paulista e pré-candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, apesar de ter sido delatado por três funcionários da Odebrecht, foi beneficiado e será investigado na Justiça eleitoral de São Paulo. Nesta quarta-feira (11), o Superior Tribunal de Justiça autorizou o envio para o Tribunal Regional Eleitoral de um processo em que o tucano é investigado. Até esta data, seu caso corria na corte de Brasília, pois ele tinha foro privilegiado. Ao renunciar para disputar a eleição perdeu a prerrogativa e terá o caso apurado por instâncias inferiores.

2) Serra e a prescrição – Na mesma época em que Lula tinha sua condenação mantida pelo TRF-4, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou ao Supremo Tribunal Federal, o arquivamento de um inquérito que investigava o senador José Serra (PSDB) por suposto recebimento de caixa dois na campanha presidencial de 2010. O inquérito havia sido aberto em agosto de 2017, por conta de delações premiadas de executivos da JBS. Raquel Dodge diz que o caso prescreveu em 2016, um ano antes do início das investigações.

3) Aloysio Nunes beneficiado – A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, mandou ao STF um pedido para que a Polícia Federal encerre, dentro de 60 dias, as pesquisas de informações junto à Odebrecht, na apuração de supostas vantagens indevidas obtidas pelo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), quando era senador. O esquema teria servido para financiar sua campanha eleitoral de 2010. No entanto, apesar disso, Dodge diz que os crimes foram cometidos antes de 2010 e, portanto, estariam prescritos.

4) Cartel tucano no Rodoanel – No final de 2017, a Odebrecht disponibilizou à Superintendência Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) vários documentos que revelam a formação de um cartel no Rodoanel e no Programa de Desenvolvimento do Sistema Viário Estratégico Metropolitano de São Paulo. No período do cartel, apontado pela Odebrecht, o estado de São Paulo foi comandado pelo PSDB, com os governadores Geraldo Alckmin (2004-06), José Serra (2007-2010) e Alberto Goldman (2010). Por enquanto, ninguém foi punido.

5) Máfia das merendas – Em 2016, mais um escândalo com a participação dos tucanos vaio à tona: o superfaturamento em contratos para o fornecimento de merenda escolar à Secretaria de Educação e mais 22 prefeituras do estado de São Paulo. Durante apuração da Operação Alba Branca, dirigentes da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (COAF), em delação, denunciaram o deputado Fernando Capez (PSDB) e o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), Luiz Roberto dos Santos, o Moita, como integrantes do esquema. Ninguém foi punido.

6)  Aeroporto de Cláudio – Na época em que era governador de Minas Gerais, entre 2003 e 2010, Aécio Neves (PSDB) mandou construir cinco aeroportos em cidades de pequeno porte, todos próximos a terras de seus familiares. O caso mais notório foi o de Cláudio, município com cerca de 30 mil habitantes. A pista, construída a 6 km de sua fazenda, se localiza nas terras do tio de Aécio, desapropriadas e pagas com dinheiro público. Preço: R$ 14 milhões.

7) Mensalão Tucano – Foi o esquema de desvio de verbas de empresas públicas em Minas Gerais, no ano de 1998, que visou favorecer a reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB). O caso envolveu R$ 4,4 milhões. Apesar de ter sido condenado em 2015 a mais de 20 anos de prisão, em função dos recursos, a pena pode prescrever, caso o julgamento não transite em julgado até setembro de 2018, quando Azeredo completa 70 anos.

8) Máfia do Cachoeira – O Congresso instalou, em 2012, uma CPI para investigar as relações entre a máfia do bicheiro Carlinhos Cachoeira e agentes públicos e privados. Entre os envolvidos, o ex-senador Demóstenes Torres (à época no DEM) e o então governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O mandato de Demóstenes foi cassado. No entanto, nada ocorreu com o tucano Perillo, que, inclusive, hoje é novamente governador de Goiás.

9) Cartel dos Metrôs de São Paulo e Distrito Federal – Este escândalo teve origem há muitos anos e, até agora, nenhum político tucano foi punido. Na verdade, são duas situações que se relacionam: o Caso Alston, multinacional francesa, que teria subornado políticos ligados ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB) para conseguir o contrato de expansão do metrô de São Paulo, e o Caso Simiens, empresa que reconheceu ter formado cartel para fraudar licitações do metrô de São Paulo e do Distrito Federal. Prejuízo estimado: R$ 425 milhões.

10) Privataria Tucana – Denunciados com vasta documentação no livro de mesmo nome, de Amaury Ribeiro Junior, os descaminhos do dinheiro público desviado por tucanos na época áurea das privatizações, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e do então ministro da Fazenda, José Serra (PSDB). Levantamento realizado pelo então deputado Protógenes Queiroz (PCdoB), delegado da Polícia Federal no caso, indica que o total de desvio atingiu incríveis R$ 124 bilhões.

11) Emenda da Reeleição de FHC – Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1997, a Câmara Federal aprovou uma emenda que liberou a reeleição presidencial. Meses após, surgiram denúncias de compra de votos pelo Poder Executivo para a aprovação. Apesar de grampos em gravações, ninguém foi investigado pelo Congresso e, tampouco, punido. Em 1998, FHC se reelegeu para mais um mandato. O valor da fraude não pôde ser estimado.

12) Caso da Pasta Rosa – Funcionários Públicos do Banco Central, que atuavam em uma auditoria no Banco Econômico, em 1995, acharam um dossiê com documentos que indicavam a existência de um esquema ilegal de doação eleitoral, envolvendo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e Antônio Calmon de Sá, dono do Econômico. O esquema indicava a distribuição ilegal de US$ 2,4 milhões dos bancos a 45 políticos que se candidataram as eleições de 1990, entre eles José Serra (PSDB). Nenhum político foi punido.

13) Caso Sivam – Este pode ser considerado o primeiro grande escândalo de corrupção do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Surgiu em 1995 e envolvia denúncias de corrupção e tráfico de influência na implantação do Sistema de Vigilância da Amazônia. O caso respingou no embaixador Júlio César Gomes dos Santos, então chefe do cerimonial de FHC, além de ministros e outros assessores do presidente tucano. Em 1996, o então deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) pediu a instalação de uma CPI, que só saiu em 2001. Com maioria na Câmara, FHC abafou o caso e ninguém foi punido. Prejuízo estimado: US$ 1,4 bilhão.

14) Caso Furnas – O escândalo já passou de dez anos e nada aconteceu a respeito do esquema de corrupção semelhante ao mensalão, que foi montado dentro da companhia estatal Furnas Centrais Elétricas, com sede no Rio de Janeiro, para beneficiar políticos e partidos. A fraude foi citada nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do lobista Fernando Moura, durante a Operação Lava Jato. Ambos apontaram o senador Aécio Neves (PSDB) como beneficiário dos desvios.

15) O grampo da JBS – Em 2017, Joesley Batista, proprietário do frigorífico JBS, entregou à Procuradoria-Geral da República uma gravação do senador Aécio Neves (PSDB) solicitando ao empresário R$ 2 milhões. No áudio, o então presidente nacional dos tucanos justifica, afirmando que precisava da doação para pagar sua defesa na Operação Lava Jato. Aécio indicou um primo para receber o dinheiro e a entrega foi gravada pela Polícia Federal, que descobriu, ainda, que a quantia foi depositada em uma em presa do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).

FONTE: https://www.revistaforum.com.br/impunidade-relembre-15-escandalos-envolvendo-tucanos-que-nao-deram-em-nada/

Jose Serra (PSDB-SP) recebeu R$ 6,4 milhões da JBS via caixa 2 , mais R$ 7,34 milhões para outros candidatos tucanos diz delator

Posted in Sem categoria with tags , , on março 12, 2018 by gusbrunson

Do UOL, em São Paulo 

Em sua delação premiada, Joesley Batista, um dos donos da JBS, afirmou que repassou R$ 6,4 milhões via caixa 2 à campanha do senador José Serra (PSDB-SP) na disputa para à Presidência da República em 2010, quando o tucano foi derrotado por Dilma Rousseff (PT).

Em depoimento, Joesley diz que recebeu pessoalmente Serra em seu escritório. Na ocasião, o tucano pediu ajuda para a campanha. “Autorizei [a doação de] R$ 20 milhões”, declarou Joesley, sem deixar claro se Serra pediu que parte da contribuição fosse feita via caixa 2.

Sem precisar quando, Joesley diz que, recentemente, em uma auditoria, descobriu que parte da doação foi feito com notas fiscais frias.

De acordo com ele, R$ 6 milhões doados à campanha de Serra foram justificados na contabilidade da JBS como sendo referentes a compra de um camarote em uma corrida de Fórmula 1. Joesley não deixa claro em que ano isso aconteceu nem se foi na corrida disputada no Brasil.

“Teve, realmente, esse camarote. Teve, realmente, essa corrida de Fórmula 1. Só não podia ter custado R$ 6 milhões”, explicou Joesley.

Segundo o delator, a nota fiscal estava em nome de uma empresa chamada LRC Eventos e Promoções, que pertencia a Luiz Fernando Furquim, morto em 2009. Furquim era amigo de Serra.

Outros R$ 420 mil doados via caixa 2 foram justificados com uma nota fria da empresa APPM Analista e Pesquisa, segundo Joesley.

Sobre o restante doado dos R$ 20 milhões autorizados por ele, o delator diz que foi tudo declarado à Justiça Eleitoral. “A diferença, os outros R$ 13 milhões, foram feitas em doações oficiais ao partido”, afirmou em depoimento.

Segundo o site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 2010, a JBS doou oficialmente R$ 8,2 milhões ao PSDB, sendo R$ 3 milhões ao comitê de campanha de Serra e outros R$ 3 milhões à Direção Nacional do partido. Os R$ 2,2 milhões restantes foram doados para comitês estaduais.

A JBS doou outros R$ 7,34 milhões diretamente a candidatos tucanos.

Em nota oficial divulgada na noite desta sexta, o senador José Serra, que já é investigado no âmbito da Operação Lava Jato, afirmou que todas as suas campanhas eleitorais “foram conduzidas dentro da lei, com as finanças sob responsabilidade do partido. E sem nunca oferecer contrapartida por doações eleitorais”.

De dois em dois anos, Serra pedia propina à Odebrecht, dizem delatores

Felipe Pereira
Do UOL, em São Paulo

Nelson Antoine -Framephoto/Estadão Conteúdo
O senador José Serra (PSDB-SP)

O nome do senador José Serra (PSDB-SP) foi mencionado por sete delatores da Odebrecht. Os depoimentos demonstram que, a cada dois anos, ele procurava a empreiteira para pedir propina em valores sempre milionários. As solicitações ocorriam no período de preparação eleitoral e o dinheiro financiaram as campanhas dele e do PSDB.

Os delatores contaram que foram procurados pelo senador antes das eleições de 2004 (R$ 2 milhões), 2006 (R$ 4 milhões), 2008 (R$ 3 milhões) e 2010 (R$ 23,3 milhões). Na maioria dos casos, ele pedia recursos para sua própria campanha. Mas houve um caso em que a solicitação era para um candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo.

Os depoimentos revelam que Serra usou duas vezes as mesmas obras do Rodoanel para arrecadar dinheiro. Primeiro ele cobrou R$ 1,2 milhão de propina para Odebrecht ganhar a licitação, afirmou o delator Roberto Cumplido. Na sequência, fez uma renegociação que prejudicava o contribuinte e favorecia as empreiteiras.

O executivo contou que José Serra, enquanto governador, obrigou a uma repactuação dos contratos do Rodoanel e colocou Paulo Preto para tratar com as empreiteiras. O novo texto criou uma engenharia contábil que aumentava o valor pago às empreiteiras. Mas a Dersa, empresa de engenharia do governo estadual presidida por Paulo Preto, informou que podia mudar o texto se não fosse recompensada.

O delator disse que o esquema destinou 0,75% do faturamento de cada empreiteira para o PSDB. “O recurso destinava-se às campanhas do PSDB, em especial José Serra, de quem Paulo Preto era muito amigo.”

Com a manobra pingaram R$ 2,2 milhões divididos em uma espécie de mesada de R$ 200 mil por mês, afirmou o delator Benedicto Júnior. O pagamento só parou quando o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União concluíram que a alteração no contrato era ilegal.

Enquanto o esquema vigorou, o dinheiro foi depositado na off-shore Circle Technical Company INC. O relato coincide com o que o delator Luiz Eduardo Soares contou. Em depoimento, ele disse que a offshore pertence a Amaro Ramos, operador do PSDB.

R$ 23 milhões numa tacada

Em uma única ocasião o PSDB recebeu R$ 23,3 milhões graças a intervenção de Serra. Foi em 2009, quando o então presidente do partido, Sergio Guerra, teria solicitado R$ 30 milhões para as campanhas majoritárias do ano seguinte. A Odebrecht respondeu que não tinha caixa e vinculou o desembolso a quitação de dívidas atrasadas desde 2002 do governo paulista com a empreiteira.

Guerra afirmou que haveria o pagamento, mas que 15% do valor deveria ser repassado para o partido. Serra liberou o dinheiro e isto gerou um crédito de R$ 23,3 milhões para o PSDB. O partido recebeu a quantia em depósitos no exterior que somaram 6 milhões de euros e em dinheiro vivo. Os locais de entrega foram acertados pelo tesoureiro da campanha presidencial, Márcio Fortes.

Na eleição de 2010, Serra foi o candidato do partido e acabou derrotado por Dilma Rousseff no segundo turno. As delações revelam ainda que havia um executivo destacado para atender aos interesses de Serra no grupo Odebrecht. Era Pedro Augusto Ribeiro Novis, presidente do Conselho Administrativo da Brasken, empresa da Odebrecht que atua no setor químico.

Durante a deleção ele declarou que sua função era “cuidar das contribuições às campanhas de José Serra à presidência da República, governo do Estado de São Paulo e Prefeitura Municipal de São Paulo”. Ele contou que auxiliava o senador mesmo quando não estava ocupado cargos de chefia no grupo.

Em outras delações, foi mencionado que Serra recebeu R$ 2 milhões na campanha de 2004 e o dobro do valor, R$ 4 milhões, quando concorreu e ganhou o governo paulista em 2006. Os executivos da Odebrecht também contaram que o senador pediu R$ 3 milhões para financiar a candidatura do PSDB para prefeitura de São Paulo em 2008.

Fontehttps://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/04/12/de-dois-em-dois-anos-serra-batia-na-porta-da-odebrecht-para-pedir-propina-diz-delacao.amp.htm

Fontehttps://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/05/19/serra-recebeu-r-64-milhoes-da-jbs-via-em-caixa-2-em-2010-diz-delator.amp.htm