R$ 230 milhões em fraudes na venda de bebidas no Espirito Santo
O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MP-ES) deflagrou, nesta quarta-feira (29), a “Operação Sanguinello”, cujo objetivo é desarticular e colher provas sobre organização criminosa que atua no setor atacadista e varejista de bebidas em todo o Espírito Santo e estados vizinhos. Somente em terras capixabas, foi registrada fraude de R$ 230 milhões em operações fraudulentas.
A operação está sendo realizada em conjunto com o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Secretaria de Estado da Fazenda (por meio da Receita Estadual) com apoio da Polícia Militar. Já foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em Vitória, Vila Velha e Cariacica.
Também foram cumpridos cinco dos seis mandados de prisão temporária emitidos pela Vara da Central de Inquéritos de Vitória, além de diligências fiscais e efetivação de ordens judiciais de sequestro de bens, ativos e valores supostamente desviados, com o objetivo de restituir as quantias sonegadas.
Ricardo Lúcio Corteletti e Frederico de Lima e Silva Leone foram levados para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Viana e devem prestar depoimentos nos próximos dias. Cristiano da Silva, João Batista Tomaz de Carvalho e Juscelino de Jesus Carvalho estão à disposição do Gaeco para serem ouvidos. Sandra da Penha Corteletti entregou-se no início da tarde no Gaeco, acompanhada de advogado.
A operação e as investigações são realizadas em parceria entre o Ministério Público, a Secretaria da Fazenda e a Polícia Civil de Minas Gerais, que enviaram servidores para colaborar com as ações no Estado. Em Minas, também foram realizadas buscas e apreensões, pois, segundo o MP-ES, as fraudes também chegaram a municípios daquele Estado e do Rio de Janeiro. Ao todo, foram cumpridos em Minas Gerais 11 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão temporária.
Importadora
Segundo o MP-ES, a importadora de bebidas Newred, sediada em Vila Velha, teria emitido documentos fiscais para acobertar a venda de mercadorias para Brasília e outros estados. De acordo com o que foi apurado pela operação, os produtos seriam descarregados em Minas, em empresas localizadas na região da Ceasa, que seriam os reais beneficiários do esquema criminoso.
Para justificar a entrada da mercadoria e acertar o estoque, os verdadeiros destinatários estariam usando notas fiscais “emitidas” por empresas fictícias, a maioria delas de Itaúna (MG). A estratégia permitiria que o ICMS incidente nas operações fosse assumido por essas empresas de fachada, constituídas em nome de “laranjas”.
As investigações tiveram início em outubro de 2013, a partir de levantamentos feitos pela Receita Estadual e o Ministério Público do Estado e de Minas. Os fatos teriam se tornado mais evidentes a partir de fevereiro deste ano, quando um empresário, proprietário de um restaurante em Vila Velha, teria denunciado crimes de sonegação fiscal, associação criminosa e falsidades de toda ordem em sua página de uma rede social antes de suicidar.
(Com informações da Assessoria de Imprensa- MP-ES)
Prisão decretada no Espírito Santo:
Ricardo Lúcio Corteletti
Frederico de Lima e Silva Leone
Cristiano da Silva
João Batista Tomaz de Carvalho
Juscelino de Jesus Carvalho
Prisão decretada em Minas Gerais:
Eire Salomão Barbosa
Daniel Angelo Lima
Gilvan Inacio Villefort
Waleska Veloso de Souza
Solange Aparecida Silva Borges
Lacy Junior
Empresas que foram alvo de busca e apreensão em Minas Gerais:
Amare Centro Adm. E Empresarial – Itaúna/MG
Transportadora SB – Itaúna/MG
Global Farma – Itaúna/MG
Distribuidora de Alimentos Legacy – Itaúna/MG
Big Works – Divinópolis/MG
Imobiliária Canarinho – Itaúna/MG
Eldorado Participações – Betim/MG
Salomão e Silva Participações – Itaúna/MG
W & E Consultoria – Itaúna/MG
Atima Transp. e Logística – Itaúna/MG
Itatrans Transp. municipais – Itaúna/MG
Consultoria Andrade – Itaúna/MG
Precisão Distribuidora – Contagem/MG
Fonte: Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES)
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